Diferente do que muita gente acha, a automação e a robotização não aumentam as taxas de desemprego.

O estudo Workforce of the Future cantou a bola: cerca de um terço da população tem algum receio de que a automação venha a substituí-los no mercado de trabalho. Por um outro lado, os outros dois terços já estão mais conscientes da necessidade de agregar a força robótica à inteligência humana. “Além de potencializar resultados e produtividade, unir pessoas e máquinas em um ambiente preserva empregos.”, acredita Roberto Martins, diretor da PwC no Brasil.

Sua afirmação é corroborada se olharmos para mercados onde a automação já é uma realidade. Dados da Federação Internacional de Robótica mostram que os países com as maiores taxas de automação e robótica do mundo – Coreia do Sul, Cingapura, Alemanha e Japão – possuem algo em comum: todos compartilham taxas de desemprego baixíssimas, abaixo dos 3,9%.

O que isso significa?


Essencialmente, significa que as condições de trabalho não vão acabar, mas sim evoluir. E a melhor maneira de evitar que esses poucos empregos sejam perdidos é por meio de capacitação.

A Ásia já conhece os efeitos nada devastadores dessa mentalidade. Nos últimos anos, enquanto 101 milhões de vagas foram ocupadas por robôs, 134 milhões novas vagas foram abertas e ocupadas por humanos.

É plausível concluir que esse discurso binário do nós contra eles, robôs contra humanos, seja bom pra gerar clique, mas passa um pouco longe do que o futuro realmente nos apresenta como jornada. Se o profissional investir em treinamento e se mantiver aberto a uma nova realidade global onde homens e robôs trabalham cooperadamente, não é difícil imaginar que suas aptidões evoluam e consequentemente as funções a ele atribuídas no ambiente de trabalho. Deixo aqui as palavras do mesmo Roberto Martins sobre o assunto: “As pessoas hoje deveriam desenvolver sua capacidade de adaptação: aprender a aprender”.

Há quem diga que sentir medo é sinal de inteligência. Se esse medo dos robôs for o impulso necessário para que possamos evoluir nosso modo de pensar “trabalho”, sem deixar de lado o contexto social que envolve todos nós, humanos, acredito que tenhamos muito a ganhar com ele – especialmente a médio e longo prazo.

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