Hoje trazemos para vocês a 1ª edição do nosso Rabbot Talks Cases, um bate-papo entre nosso CEO, Bruno Pelikan, e líderes que fazem acontecer dentro das empresas em que trabalham, justamente por sempre buscarem trazer inovação e novas maneiras de alcançar resultados ainda melhores.

Para começar, convidamos um grande parceiro da Rabbot. José Carlos de Souza Filho, mais conhecido como Zé, é Coordenador de Inovação da Tegma Gestão Logística, uma das grandes gigantes do setor no Brasil. Ele contou sobre sua trajetória profissional, sobre a inquietude que o move e o instiga a encarar novos desafios, falou sobre as influências que teve em sua vida, o que espera para o futuro e muito mais. Confira! 

 

[Bruno] Quem é o José Carlos, de onde ele veio, onde ele está hoje e para onde ele vai?

O Zé é um apaixonado pelo que faz. Começou na Tegma 20 anos atrás. Entrei lá como estagiário, em 1996. A jornada é longa… Desde então sempre fui um cara muito curioso, muito otimista. Eu entrei com aquela esperança de trabalhar na empresa em que meu pai trabalhou… Tem um pouco disso também, porque meu pai trabalhou na Tegma. E aí eu me apaixonei por tudo, por esse universo, né? Filho de caminhoneiro, o universo em que meu pai vivia e tal…

Comecei minha jornada como Estagiário de Operação e construí toda a minha carreira em torno disso, mas nesses 24 anos de companhia trabalhei em várias áreas – e tenho muito orgulho de ter passado por todas elas. Eu entrei menino e saí homem, né? Hoje eu sou pai, tenho minha família, minha casa… acho que foi uma troca: eu dei aquilo que eu podia dar de melhor e recebi o melhor que eu podia receber. Sou muito grato por isso. Então eu sou esse cara aí que não desiste, estou sempre pensando que amanhã vai ser melhor… Enfim, estamos aí na luta esses anos todos.

 

Zé, e se você não fosse para a Logística, para que área você teria ido?

Eu entrei na Tegma como estagiário de TI, mas quando eu comecei, lá em 1996, a estrutura de TI tinha duas pessoas, então não tinha muito como estagiar, por isso acabei indo para Operação, onde fui mordido pelo bichinho da Logística. Na época eu fazia Processamento de Dados, mas não tive a oportunidade de seguir carreira. Se não fosse a Logística, talvez eu tivesse sido um Desenvolvedor, porque eu gostava muito disso. Eu ainda gosto. É que eu não tenho tempo, né? Eu até tentei voltar a estudar sozinho um tempo atrás, meio autodidata, mas estou há muito muito tempo fora, bem enferrujado… mas eu gosto, é uma coisa que eu gosto.

 

E se a gente olhar esses seus 24 anos em Logística, segmento que movimenta o Brasil, em uma empresa de 50 anos, que a gente sabe que tem seus processos e suas manias e tal… Depois de 24 anos de Tegma, por que mudar a maneira como tudo sempre foi feito? Para quê?

Eu sempre fui muito curioso, né? E a Tegma tem uma coisa boa no DNA dela, que é o fato de sempre ter sido muito inovadora. Então a gente sempre teve pessoas lá dentro que quiseram fazer essa diferença. Acho que ainda tem muito disso dentro da gente, dentro da Tegma. E a gente vivia muito isso dentro das operações. Nossas operações sempre tiveram esse apetite de querer ser melhor a cada ano, acho que isso colaborou. E como eu vivi esse tempo todo nessa atmosfera, eu também tenho muito disso comigo. É claro que trabalhar com Logística, se a gente for comparar com Inovação, é muito mais fácil, porque Logística é muito voltada para processo, para cliente. Na Inovação você tem que se permitir arriscar. Então acho que o fato de eu ter passado por todas as áreas em que trabalhei me ajudou a ter essa facilidade de acreditar que eu poderia fazer algo diferente, e eu sempre fiz, sempre tive chefes malucos que me falavam: “vamos tentar, vamos tentar, vamos tentar”. Eu tive a sorte de ter isso comigo, de querer fazer as coisas de um jeito diferente e de ter tido pessoas que me permitiram fazer. 

 

Quando a gente fala de Rabbot, falamos muito sobre automação, sobre mudar o jeito de fazer as coisas, mas no final das contas tudo o que a gente faz é por meio de pessoas. E falar em robôs pode gerar um certo receio, né? Como isso é levado para dentro da Tegma? Como você explica a gente ter conseguido levantar um projeto do jeito que a gente levantou dentro de uma empresa de 50 anos?

O primeiro ponto foi este: o Zé precisa acreditar que ele é muito melhor do que ficar digitando, por exemplo. E aí eu comecei a entender que entre as coisas que eu fazia e as tarefas que eu vim a aprender ao longo da minha carreira, existiam aquelas atividades que qualquer um faria e aquelas atividades que só Zé, com a experiência que ele teve, com as coisas que ele aprendeu ao longo da trajetória dele, poderia fazer. E é nisso que eu tento me concentrar, são essas coisas que eu tento mostrar para as pessoas. Aí não importa se elas têm 50 anos, 100 anos de empresa. Se a pessoa entende que você está querendo dar a possibilidade de ela ser melhor, que eu acho que esse é o ponto, fica mais fácil implementar qualquer projeto. 

E eu aprendi que você é visto pelo que você faz, por aquilo que você entrega. A gente tem que procurar aquilo que é realmente importante no que fazemos, aquilo que é nobre. Hoje, por exemplo, um especialista de vistoria tem que usar a ferramenta da Rabbot para ganhar tempo para fazer uma vistoria melhor, porque essa é a nobreza da atividade dele. Preencher planilha de excel, preencher papel não é nobre. Isso os robôs fazem. Então eu tento mostrar para as pessoas o valor que elas têm nesse processo. O que é nobre na atividade do vistoriador de carreta? A capacidade de ele olhar coisas que leigos não têm capacidade de olhar. Quando a gente consegue fazer com que percebam isso, começamos a mostrar o valor que cada um tem, mostrar a verdadeira honra da atividade de cada um.

 

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Zé, mas pra você pensar desse jeito, alguém ou algumas coisas devem ter exercido influência na sua vida. O que ou quem te influenciou para você ser quem você é hoje?

Meu pai sempre foi um cara muito profissional, então na figura dele, carreteiro, que dirigiu cegonha por muitos anos e fazia aquilo bem feito, seguia as regras e tal, eu enxergava uma coisa de também querer ser correto, tentar fazer direito e sempre fazer meu melhor. E aí ao longo da minha trajetória, ainda mais quando se trata de alguém com muitos anos de casa, eu me imagino sempre querendo mais. Hoje eu sou Coordenador de Inovação, mas eu tenho meus anseios de ser algo mais. Não vou dizer para você que eu sou um cara que não tem ambição, porque é mentira. Mas eu sou grato por tudo aquilo que eu conquistei, aonde eu cheguei. Eu tenho muito disso comigo.

Muita gente usa aquele provérbio de que você precisa trabalhar naquilo que você ama, né? Eu sempre penso ao contrário: eu amo o que eu faço, independente do que é. Eu procuro passar isso para as pessoas que estão comigo. Seja o melhor que você pode no que você faz para usar isso como ponte para aquilo que você deseja. Esses 20 e tantos anos de Tegma me ensinaram que eu preciso ser assim para conseguir fazer as coisas. Então essa minha inquietude, essa minha vontade de continuar fazendo, é porque eu acho que eu tenho muito mais a conquistar, mas nem por isso eu deixo de ser grato pelo que eu já conquistei. 

 

Nada como um dia após o outro, né? Talvez as pessoas queiram muitas coisas e façam poucas coisas para alcançar o que elas querem…

Antes, aprender uma atividade profissional não era vergonha. Hoje as pessoas esqueceram que elas precisam aprender sobre a atividade delas, sobre a empresa, então o imediatismo é uma coisa que atrapalha muito. É difícil você ver uma pessoa que fala que gostaria de entrar e começar do zero, aprender… Essa questão da empregabilidade de uma maneira geral envolve muito status, né? Hoje o status parece que move as pessoas, mas as pessoas esquecem que tem suor, que tem dedicação, que tem o aprender, o aprender a errar, aprender a corrigir… é complexa essa equação.

 

Zé, e se a realização vem de um dia após o outro, de persistência, resiliência, o que é um dia ruim pra você? O que você faz pra sair disso quanto acontece?

Cara, sou um ser humano como qualquer outro, não sou essa máquina de otimismo que pode estar parecendo. Tem dia que a gente acorda e fala: “cara, não queria trabalhar hoje, não estou bem, as coisas parecem que não dão certo…”. Só que aí volta o ditado: é um dia após o outro. Principalmente nessa pandemia, tudo ficou muito formal. Para eu resolver um assunto, eu tenho que marcar uma reunião no Skype ou no Teams. Então acho que isso traz um pouco de angústia também, porque você fica com aquele peso de que as coisas não estão andando na velocidade que a gente gostaria… E por quê? Porque você não pode ir lá tomar um café com a pessoa e resolver o que você precisa resolver. Eu fico frustrado porque às vezes parece que o dia não rendeu, mas aí eu lembro que hoje o Zé trabalha muito mais com a cabeça do que com os dedos, não precisa mais ficar digitando planilha. O valor que o Zé entrega – e eu espero que seja isso que a empresa veja também, né? – é que o Zé precisa pensar, o Zé precisa promover a discussão ou a provocação de se fazer as coisas de um jeito diferente. Então se eu fico triste, pensando que não vai dar, lembro que é preciso dar um passo de cada vez, aí no outro dia a gente se renova.

 

E no que a Rabbot ajudou você nesse processo? O que a gente trouxe para você, para a sua jornada?

A Rabbot tem uma plataforma muito específica em que o céu é o limite. Hoje, para falar de vocês e das coisas que a gente faz juntos, eu não preciso de uma apresentação em ppt. É só mostrar o que temos feito. A Rabbot ajuda a gente a melhorar um monte de tarefa. E aí como que a gente explica isso? É só falar das nossas tarefas. Analisando o propósito de vocês alinhado ao nosso, fica muito fácil explicar e implantar a Rabbot. 

Quando você tem toda essa questão de poder conversar, de poder discutir processo – o que é uma coisa que vocês fazem bem por conta da ferramenta de vocês -, e ainda entrega bons resultados, fica fácil. Então a gente tinha a vontade de fazer diferente, vocês tinham a ferramenta para fazer diferente e trouxeram resultados. Inovação pode ser simples e trazer grandes retornos. E eu acho que é nisso que a Rabbot ajuda. A gente não precisa trabalhar 70 processos de uma vez. Trabalhamos com um, ligamos o segundo, ligamos o terceiro. Quando você vai ver a gente tem mais de 500 mil robozinhos trabalhando para a gente lá. A gente aprende na veia a fazer isso, né?

 

Zé, e pensando em futuro, olhando para a frente, o que você vê a gente fazendo, gerando, conquistando juntos? 

Cara, a gente tem uma uma familiaridade nos caminhos que a gente escolheu, né? A Rabbot olha para o mercado automotivo e a gente está enraizado nesse mercado. Então a gente consegue entender que podemos entregar para os nossos parceiros o que a gente sabe que eles gostariam de ter. Quem não gostaria de ter a rastreabilidade do processo inteiro, por exemplo, de um veículo? Desde a saída lá do pé da produção até a venda desse ativo numa possível loja na esquina da sua casa cinco anos depois? Se a gente for parar para ver, nós temos a possibilidade de fazer isso. A gente já tem a ferramenta, só precisamos organizar todos os passos desse processo, porque uma parte toda dessa cadeia envolve os transportadores de veículo, outra grande parte dessa cadeia são as lojas que distribuem veículos, e a última parte dessa cadeia corresponde aos próprios usuários. Hoje, com a plataforma da Rabbot, a gente pode conectar os três. A gente só precisa ter oportunidade para fazer isso, e eu vejo que a gente tem muito trabalho, mas a gente consegue fazer, a gente consegue entregar essa experiência. 

E aí também conseguimos extrapolar esse exemplo para qualquer outro mercado, pode ser veículo, caminhão, ônibus, trator, lancha, jet ski, empilhadeira… Enfim, infinitas possibilidades se abrem. Mas falando basicamente do que a gente faz muito bem, por que não pensar que a gente pode avisar a concessionária que o veículo precisa de revisão? Por que não? Isso é completamente possível, porque se a gente tem todo o histórico do veículo, a gente já sabe de todas as etapas pelas quais ele passou, qual foi a vida desse ativo.

A gente já tem grandes processos automatizados juntos, a gente está migrando um novo aí que é muito importante para a gente, que vai mostrar um outro lado da moeda também, ou seja, a gente vai ter veículo zero, vai ter seminovo… E daí é o que eu falo, você começa a usar todas as possibilidades, você começa a ver que a sua gestão de frota pode ser muito mais pró-ativa. As pessoas não têm noção do quanto é simples fazer algo simples. Muita gente pensa em gestão de frota e pensa em telemetria, né? Todo mundo acha que fazer gestão de frota é telemetria. Mas e o resto? E o que a telemetria não dá?

A gente está só na pontinha do iceberg ainda, e olha que a gente já fez coisa para caramba, mas existe todo um mar que vai nos dar respostas e oportunidades que a gente ainda nem mapeou. Quanto mais Lego a gente construir, mas vai dar vontade de construir. 

 

E qual é seu próximo passo, onde você quer chegar?

Cara, um passo de cada vez. Eu quero continuar fazendo isso que eu estou fazendo. Eu ajudo a Tegma a ser um pouquinho melhor hoje do que ela foi ontem, então eu tenho muita vontade de continuar fazendo isso. Eu entendo que a gente tem muitas possibilidades, e aí quanto mais a gente se relaciona, eu começo a entender que eu preciso querer mais do que isso. Então eu quero que a Rabbot cresça, que meus colegas cresçam, que as outras startups com que a gente se relaciona cresçam, porque acho que é isso que motiva a gente a continuar, entendeu? 

Onde o Zé quer chegar? O Zé quer chegar no lugar mais alto que ele pode ir, e acho que isso não tem limite, né? Claro que quando a gente pensa em termos hierárquicos dentro de uma companhia, em algum momento isso acaba, mas eu não quero pensar nisso como um cargo. Eu quero pensar no sentimento de dever cumprido, de fazer o que é certo… Então eu não tenho limite para o que eu quero no sentido de continuar tentando fazer diferente. O Zé amanhã quer ser melhor do que o Zé é hoje. Eu quero tentar ajudar mais amanhã do que eu tenho ajudado hoje. Acho que esse é o ponto.

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