Infelizmente, a depreciação de veículos ainda é muito ignorada pelos gestores. Porém, a verdade é que esse processo deve ser levado em consideração desde a compra até a venda de um veículo da sua frota.

Mas, o que é a depreciação de veículos? Como ela impacta a sua empresa? Como você pode fazer o cálculo e minimizar os seus efeitos? Veja as respostas neste artigo especial que a Rabbot preparou.

O que é depreciação de veículos?

Depreciação de veículos é o processo de perda de valor desse bem. De acordo com o Dicionário Michaelis, esse processo pode ser definido como a diminuição anual de certa porcentagem do valor de compra de um bem, que corresponde à desvalorização anual por desgaste ou uso.

Na prática, isso quer dizer que o custo de um automóvel será bem menor na venda do que na compra.

No Brasil, a média de depreciação de veículos pode chegar a 20%. Porém, esse valor varia de acordo com a sua nacionalidade, modelo e tempo de uso. Por exemplo, veículos importados podem desvalorizar até 50% em dois anos.

Semelhantemente, veículos novos e seminovos também tendem a sofrer uma depreciação maior e mais rápida do que os usados. Além disso, automóveis comuns (que atendem a um público menor) geralmente perdem menos valor do que os SUVs e caminhonetes.

Mas, a boa notícia é que você pode estimar a depreciação de veículos da sua empresa para determinar o melhor momento de trocá-los ou vendê-los. Além disso, você pode tomar algumas medidas para reduzir o prejuízo no momento da venda.

Fatores que desvalorizam os veículos

Diferentemente de alguns bens que valorizam com o passar dos anos, os veículos perdem seu valor devido a diversos fatores. Confira a seguir os principais fatores de depreciação de um veículo.

Tempo de fabricação

O primeiro motivo que leva um veículo a desvalorizar é o seu tempo de fabricação e o ano do modelo. Isso acontece porque os seus componentes se desgastam naturalmente, mesmo se você não estiver utilizando.

Via de regra, um carro com até dois anos de uso (seminovo) pode ter uma diferença de 15% entre o seu valor de compra e venda. Os carros mais antigos, com até cinco anos, perdem cerca de 10% do seu valor inicial. Já os veículos mais velhos chegam a perder 6% do seu preço de compra.

Quilômetros rodados

Outro fator que impacta a depreciação de um veículo é a sua quilometragem. Afinal, quando mais um automóvel é utilizado, mais os seus componentes se desgastam e maiores são os gastos com manutenção.

Em média, os veículos brasileiros novos têm uma quilometragem de 20.000 km. Assim, automóveis que rodam mais do que esse padrão podem sofrer uma depreciação maior, assim como os com mais de 60.000 km.

Histórico de acidentes

A depreciação de veículos também pode ser aumentada se eles já sofreram acidentes ou passaram por alagamentos. Isso acontece porque, mesmo após os reparos necessários, pode ser que o automóvel ainda apresente alguns defeitos, como:

  • Portas desalinhadas, que raspam nas laterais ou que não fecham corretamente;
  • Pintura com tons diferentes;
  • Porta-malas, para-choques e/ou capô desalinhados.

Por isso, antes de comprar um veículo usado ou seminovo, é importante consultar o seu histórico de acidentes no Ciretran utilizando o CSV (Certificado de Segurança Veicular). Além disso, pode ser útil consultar um mecânico para fazer uma avaliação geral.

Tecnologia desatualizada

Geralmente, carros mais antigos e com poucos recursos sofrem maior depreciação e são mais difíceis de revender. Algumas coisas que podem colaborar para isso incluem a falta de:

  • Ar condicionado;
  • Trava elétrica;
  • Vidro elétrico;
  • Direção hidráulica;
  • 4 portas;
  • Sistema de freios ABS;
  • Câmbio automático.

Depreciação de veículos

Conservação do veículo

A conservação de um veículo também tem grande influência sobre a sua depreciação, pois ela mostra qual nível de cuidado o carro como um todo recebeu e indica a probabilidade de ele apresentar problemas.

Por isso, é normal ver veículos seminovos e usados do mesmo ano de fabricação, quilometragem e tecnologia com preços diferentes. Tudo depende do seu estado de conservação.

Alterações no veículo

De forma geral, veículos usados e seminovos que sofreram poucas customizações tendem a perder menos de valor com o passar do tempo.

O motivo de as alterações aumentarem a depreciação de veículos é que, dependendo da customização, pode ter sido necessário mexer na sua parte mecânica, o que compromete a sua garantia.

Além disso, como geralmente as alterações refletem o gosto pessoal do proprietário, podem haver poucas pessoas que se interessem em comprá-lo. Assim, o seu preço de revenda é reduzido.

Algumas customizações permanentes que podem aumentar a depreciação dos veículos são:

  • Reduzir a suspensão;
  • Colocar rodas maiores;
  • Pintar com cores chamativas.

Como a depreciação afeta a frota da sua empresa?

Sem dúvida, a depreciação de veículos afeta principalmente o financeiro das empresas. Isso acontece porque quando um automóvel desvaloriza, ele gera mais gastos com manutenção e com combustível, além de reduzir o valor de venda e a competitividade da sua empresa.

Veja mais detalhes sobre isso a seguir.

1. Redução do valor de revenda

O primeiro impacto financeiro da desvalorização de veículos é a redução do valor de revenda. Como os veículos depreciados sofrem uma desvalorização anual e são mais difíceis de repassar, o seu valor de revenda é muito menor do que o de compra.

2. Baixa competitividade

Quando um veículo sofre depreciação por causa da sua tecnologia ultrapassada, a frota da empresa fica desatualizada. Como resultado, o seu negócio pode ter eficiência, produtividade e lucratividade reduzida.

Assim, sua empresa poderá se tornar menos atrativa para os seus clientes, reduzindo a sua competitividade diante dos concorrentes.

3. Manutenção

A depreciação de veículos também aumenta os gastos com manutenção de forma considerável. Afinal, quanto mais tempo de uso tem um automóvel, mais as suas peças sofrem desgaste.

Vale a pena lembrar que mesmo um veículo parado vai precisar de algum tipo de manutenção, como calibragem dos pneus.

4. Consumo de combustível

Por fim, a depreciação de veículos também está relacionada ao aumento de consumo de combustível. Isso pode acontecer por diversos motivos, como falta de manutenção e a forma como o motorista conduz o automóvel.

De forma geral, quanto mais antiga é uma frota, maiores são as chances de ela apresentar problemas com frequência.

Depreciação de veículos

Benefícios da depreciação de veículos

Contudo, a depreciação de veículos não tem apenas pontos negativos. Na verdade, ela é muito importante para determinar os impostos e contribuições para as empresas optantes pelo Lucro Real.

Em resumo, Lucro Real é um regime de tributação no qual o cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) é feito com base no lucro real da empresa, com os ajustes previstos na legislação.

Então, como a depreciação de veículos pode ser considerada uma despesa para as empresas, devido ao impacto negativo que ela tem nas finanças, é possível garantir uma redução do IRPJ e da CSLL.

Porém, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, essa dedução só poderá ser realizada com base em estudos e laudos técnicos especializados.

Como calcular a depreciação de veículos?

No Brasil, as frotas têm depreciação média de 9,6 anos em empresas, e 17,6 anos em caminhoneiros autônomos. Todavia, nós já sabemos que cada veículo pode perder um determinado valor de acordo com o seu tempo de fabricação, quilometragem, histórico de acidentes, estado de conservação, alterações e tecnologia.

Por isso, é essencial saber calcular a depreciação de veículos. Atualmente, existem duas formas de fazer essa avaliação: o cálculo contábil e o cálculo gerencial.

Cálculo contábil

O cálculo contábil é o mais utilizado pelas grandes empresas. Ele é feito com base nas regras predefinidas e nas normas contábeis da Receita Federal, e geralmente já é calculado pelo contador para fins de tributação.

Nesse caso, a Receita Federal define uma depreciação anual para cada tipo de automóvel de forma que o valor residual seja de 20% no final do prazo estabelecido. Para veículos de carga, estas são os períodos:

  • Oito a dez anos para veículos pesados;
  • Sete a nove anos para veículos semipesados;
  • Cinco a sete anos para veículos leves.

Por exemplo, digamos que a sua empresa tenha comprado um veículo pesado 0 km por R$ 200.000,00. Com base nas regras da Receita Federal, após dez anos, o seu valor residual será de 20%, ou seja R$ 40.000,00.

Assim, podemos afirmar que a depreciação mensal do seu novo veículo será de aproximadamente R$ 1.300,00 (0,65%), ou R$ 15.600,00 (7,8%) ao ano.

Vale ressaltar que o valor mais importante do cálculo contábil é a depreciação mensal, e não a residual. Esse é o valor ideal que a empresa deve reservar para manutenções e troca do veículo.

Cálculo gerencial

Outra forma de estimar a depreciação de veículos é por meio do cálculo gerencial. De forma geral, ele é mais fácil de se colocar em prática do que o contábil, pois você só precisa ter três informações. São elas:

  • Valor de compra;
  • Valor estimado de venda do veículo;
  • Prazo de utilização.

Para definir o prazo de utilização, você pode estimá-la de acordo com o tempo que você pretende permanecer com o veículo. O mais indicado é que esse período não ultrapasse cinco anos.

Por outro lado, estimar o valor de venda pode ser um pouco mais difícil. Nesse caso, uma boa ideia é consultar a tabela FIPE.

Por exemplo, vamos imaginar o seguinte cenário:

  • Valor de compra: R$ 60.000,00
  • Valor estimado de venda: R$ 50.000,00
  • Prazo de utilização: 5 anos (60 meses)

Para calcular a depreciação, você deverá subtrair o valor de venda do valor de compra e então dividir o resultado pela quantidade de meses que ele será utilizado.

Assim, teremos este resultado:

  • Depreciação mensal: aproximadamente R$ 160,00 (0,26%)
  • Depreciação anual: aproximadamente R$ 1.920,00 (3,2%)

Via de regra, o valor da depreciação mensal deve ser considerado como um custo para realizar manutenções e trocar o veículo futuramente.

Contudo, tanto o cálculo contábil como o gerencial levam em consideração que o veículo perde totalmente o seu valor depois do tempo de uso. Porém, na prática, isso não acontece. Geralmente, os veículos novos sofrem uma depreciação maior no primeiro ano e então perde força com o passar do tempo.

Então, esses cálculos são apenas estimativas para te guiar no momento da compra e ajudar no gerenciamento da sua frota. Além disso, vale relembrar que a depreciação dos veículos pode variar de acordo com uma série de fatores, conforme já mencionado.

Como minimizar a depreciação dos veículos da sua empresa?

Embora não seja possível impedir que a depreciação de veículos aconteça, ela pode ser minimizada. Veja algumas coisas que a sua empresa pode fazer.

1. Tome cuidados com as alterações

É normal que as empresas customizem seus veículos de acordo com a sua imagem visual. Nesses casos, o mais indicado é não fazer alterações permanentes nos automóveis.

Caso você queira que a sua frota tenha a sua marca estampada, prefira a adesivagem ou envelopamento. Afinal, carros básicos são vendidos com mais facilidade.

Além disso, para minimizar a depreciação, as alterações estruturais devem ser evitadas ao máximo.

Depreciação de veículos

2. Prefira veículos que possuam adicionais

Investir em veículos com itens opcionais também é uma ótima forma de valorizá-los na hora da revenda.

Itens como ar condicionado, direção elétrica e alarmes proporcionam maior conforto ao motorista e fazem com que os veículos sejam mais procurados para compra.

3. Faça a gestão de manutenção da sua frota

Sem dúvida, a gestão de manutenção é a forma mais eficaz de minimizar a depreciação de veículos da sua frota.

Quando todos os tipos de manutenção são feitos periodicamente, o veículo fica melhor conservado, o que se torna um grande atrativo na hora da revenda.

4. Troque sua frota regularmente

Mesmo com a manutenção adequada, a depreciação de veículos é inevitável.

Algumas empresas optam por trocar os veículos da frota uma vez por ano. Assim, eles conseguem se manter sempre atualizados. Mas, isso pode não ser o melhor para todos os tipos de negócios.

Por isso, defina uma estratégia que funcione para o seu negócio.

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