Mesmo que isso possa soar estanho, uma empresa está lidando com riscos diária e constantemente. E isso é algo importante de se fazer. Afinal, toda organização está exposta aos mais variados tipos de incidentes – mesmo que não faça nada. Portanto, fazer um gerenciamento de riscos é essencial para garantir a sobrevivência de uma empresa.
Além disso, aprender a lidar com o processo sistemático do gerenciamento de riscos em projetos também ajuda a fazer com eles sejam executados com mais fluidez. Mas não é apenas na velocidade que os benefícios são gerados. As empresas que colocam em prática a gestão de riscos também diminuem as perdas (dos mais variados tipos) e aumentam a confiança de seus colaboradores.
Mas o que significa o gerenciamento de riscos? E como colocar em prática essa modalidade de gestão?
O que é gerenciamento de riscos?
O gerenciamento de riscos na nova indústria que vivemos pode ser resumido como o processo de identificar, tratar, avaliar e monitorar os riscos existentes em uma empresa, departamento, operação, evento ou alguma atividade específica.
O objetivo é minimizar (ou até mesmo eliminar completamente) a possibilidade de impactos que sejam negativos para a organização, comprometendo a companhia ou o seu funcionamento, caso um desses riscos venha a se concretizar.
Segundo o Guia PMBOK (sigla inglês para Project Management Body of Knowledge – mais detalhes abaixo), o gerenciamento de riscos de um projeto envolve os processos de planejamento, identificação, análise, planejamento de respostas, monitoramento e controle de riscos.
A aplicação dessa metodologia tem como fim maximizar a exposição aos eventos positivos e minimizar a exposição aos eventos negativos.
Em suma, podemos dizer que o objetivo do gerenciamento de riscos é reduzir o número de incertezas que podem se materializar em problemas e minimizar o efeito daquelas que venham a ocorrer.
É importante destacar também que a origem dos riscos pode ser externa – comportamento dos clientes e concorrentes, mudança tecnológica, novas leis e regulações – ou interna – aquelas que surgem de dentro da estrutura da empresa ou do projeto.
É de extrema importância que a organização consiga mapear os riscos potenciais que podem causar grandes danos ao seu funcionamento ou aos resultados. Dessa forma, evita-se os riscos que são desconhecidos e que podem causar um grande impacto inesperado na empresa.
O que é risco?
Mas, afinal, o que é um risco? Segundo o Guia PMBOK, considerado a base dos conhecimentos sobre gestão de projetos, a definição de risco é:
- “Um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto, como escopo, prazo, custo e qualidade.”
Portanto, riscos são acontecimentos, condições ou circunstâncias futuras que podem provocar impactos, normalmente negativos, em uma organização, projeto, empreendimento ou atividade específica, como prejuízos ou danos. Esse conceito leva em consideração tanto a probabilidade e a frequência com a qual ele poderá ocorrer como a gravidade de suas consequências.
Os riscos podem ser de diversas naturezas, tais como:
- Ambiental;
- Social;
- Econômica;
- Operacional;
- Legal/Tributária/Regulamentar;
- Imagem/Reputação;
- Financeiro/Orçamentário.
Exemplos de riscos
Ainda não ficou claro o que são riscos para uma organização? Então veja alguns exemplos que podem afetar qualquer tipo de empresa:
- Acidentes de trabalho;
- Acidentes ambientais;
- Incêndios;
- Sabotagem;
- Furto, roubo e assaltos;
- Falta de oferta de crédito;
- Má gestão das contas;
- Perdas de estoque ou de fornecedores;
- Perdas de receitas;
- Elevação de custos;
- Perda de funcionários importantes;
- Fraudes de colaboradores ou terceiros;
- Dificuldades logísticas na distribuição;
- Multas e processos na Justiça;
- Perda de reputação da marca.
Objetivos específicos do gerenciamento de riscos
Quando bem aplicado, o gerenciamento de riscos pode atender um ou mais dos seguintes objetivos específicos:
Alinhar o apetite a risco com a estratégia adotada
Os administradores avaliam o apetite a risco da organização ao analisar as estratégias, definindo os objetivos a elas relacionados e desenvolvendo mecanismos para gerenciar esses riscos.
Fortalecer as decisões em resposta aos riscos
O gerenciamento de riscos corporativos possibilita o rigor na identificação e na seleção de alternativas de respostas aos riscos, como evitar, reduzir, compartilhar e aceitar os riscos.
Reduzir as surpresas e prejuízos operacionais
As organizações adquirem melhor capacidade para identificar eventos em potencial e estabelecer respostas a estes, reduzindo surpresas e custos ou prejuízos associados.
Identificar e administrar riscos múltiplos e entre empreendimentos
Toda organização enfrenta uma gama de riscos que podem afetar diferentes áreas da organização. O gerenciamento de riscos corporativos possibilita uma resposta eficaz a impactos inter-relacionados e, também, respostas integradas aos diversos riscos.
Aproveitar oportunidades
Pelo fato de considerar todos os eventos em potencial, a organização posiciona-se para identificar e aproveitar as oportunidades de forma proativa.
Otimizar o capital
A obtenção de informações adequadas a respeito de riscos possibilita à administração conduzir uma avaliação eficaz das necessidades de capital como um todo e aprimorar a alocação desse capital.
Componentes de um eficiente gerenciamento de riscos
De acordo com a definição da norma ISO 31.000, uma gestão de risco eficaz deve atender os seguintes princípios:
- Proteger e criar valor para as organizações;
- Ser parte integrante de todos os processos organizacionais;
- Ser considerada no processo de tomada de decisão;
- Abordar explicitamente a incerteza;
- Ser sistemática, estruturada e oportuna;
- Basear-se nas melhores informações disponíveis;
- Estar alinhada com os contextos internos e externos da organização e com o perfil do risco;
- Considerar os fatores humanos e culturais;
- Ser transparente e inclusiva;
- Ser dinâmica, interativa e capaz de reagir às mudanças;
- Permitir a melhoria contínua dos processos da organização.
Gerenciamento de riscos em projetos
Em se tratando de projetos, o gerenciamento de riscos é o processo de identificar, analisar e, em seguida, responder a qualquer risco que surja ao longo do ciclo de vida de um projeto. O objetivo central é ajudar o projeto a permanecer no caminho certo e atingir sua meta – objetivo compartilhado por outros sistemas de gestão de projetos.
O gerenciamento de riscos não é apenas reativo; deve fazer parte do processo de planejamento para descobrir o risco que pode acontecer no projeto e como controlar esse risco, se de fato ocorrer.
Nesse caso, um risco é qualquer coisa que possa afetar potencialmente o cronograma, o desempenho ou o orçamento do seu projeto. Os riscos são potencialidades, e em um contexto de gerenciamento de projetos, se eles se tornarem realidades, eles então são classificados como “questões” que devem ser abordadas. Portanto, o gerenciamento de riscos é o processo de identificar, categorizar, priorizar e planejar os riscos antes que eles se tornem problemas.
O gerenciamento de riscos pode significar coisas diferentes em diferentes tipos de projetos.
Em projetos de larga escala, as estratégias de gerenciamento de risco podem incluir planejamento detalhado e extensivo para cada risco, para garantir que as estratégias de mitigação estejam em vigor caso surjam problemas.
Para projetos menores, o gerenciamento de riscos pode significar uma lista simples e priorizada de riscos de alta, média e baixa prioridade.
Existem várias metodologias que têm como objetivo gerenciar os riscos de um projeto. É possível, entretanto, identificar alguns pontos em comum entre elas. Uma política de gestão de riscos adota normalmente os seguintes passos:
Identificação dos riscos
Busca criar uma lista de todos os riscos que possam impactar o sucesso de um projeto ou o desempenho de uma atividade. É a etapa em que se busca identificar quais as possíveis fontes de risco.
O mapeamento é uma etapa crucial do processo de gestão de riscos e deve mapear de forma detalhadas todos os processos importantes para o bom desempenho da empresa, como a cadeia de suprimentos, o setor financeiro, os recursos humanos, as instalações e os processos de comercialização e venda ou prestação de serviço, que são a base da geração de receitas.
Análise dos riscos
Nessa etapa, se avalia qual a probabilidade de que cada risco efetivamente ocorra e qual seria o seu grau de impacto. Essas informações são necessárias para criar parâmetros de classificação dos riscos.
Priorização dos riscos
O objetivo dessa fase é criar um ranking, classificando os riscos de acordo com a análise feita na etapa anterior. Riscos com maior probabilidade de ocorrer e impactos mais graves devem ter prioridade na prevenção.
Planejamento das respostas aos riscos
Define as ações a serem tomadas para eliminar a probabilidade de um risco ocorrer ou minimizar o seu impacto, definindo, para isso, os procedimentos e técnicas a serem adotadas para cada caso.
Monitoração e controle dos riscos
Acompanha as atividades das empresas e os andamentos dos projetos visando aplicar as medidas que foram desenhadas para evitar os riscos já analisados e identificar novas ameaças, tomando ações corretivas sempre que necessárias.
Gerenciamento de riscos e compliance
O que a gestão de riscos tem a ver com compliance?
A ética é o conjunto de valores morais de um indivíduo, grupo ou sociedade. Por conta de sua subjetividade, as questões éticas são, muitas vezes, polêmicas. A criação de leis, normas e regulamentos é a maneira que se encontrou para dar uma certa objetividade às questões éticas.
Com esses mecanismos, fica claro para todos o que pode e o que não pode. Nas organizações, os programas de compliance existem justamente para garantir que a empresa cumpra com todas as regras.
No caso dos regulamentos externos, ou seja, da legislação que deve ser cumprida pelas pessoas jurídicas do país, não estar em compliance significa um risco muito grande para a empresa.
Não apenas para a sua imagem, mas para a sua própria existência. Multas e sanções aplicadas por inadequações e irregularidades podem levar companhias ao fim. Mas compliance também significa seguir os regulamentos internos. É, portanto, uma valiosa ferramenta para a gestão de risco.
E como aplicar na prática? Basta estabelecer regulamentos internos que registrem de forma clara como os processos devem ser conduzidos dentro da empresa. Não esqueça que, para que essas regras sejam entendidas e cumpridas pelos colaboradores, é necessário contar com uma eficaz comunicação interna.
Exemplo de gerenciamento de riscos
Até agora temos falado de forma extensiva a respeito do gerenciamento de risco. Mas como essa técnica funciona na prática? A seguir, separamos um exemplo que ilustra muito bem essa metodologia no mundo real.
Imagine uma empresa que esteja passando por um surto de pandemia como esse que vivemos em 2020 em decorrência da COVID-19. As providências que sua empresa toma em relação a essa doença são um típico exemplo de gerenciamento de riscos.
Portanto, depois de identificar os riscos para o seu negócio, como perda de receitas ou problemas para gerenciar uma equipe remota, você os classifica esses riscos em dois tipos.
- Risco financeiro;
- Risco de gestão de pessoas.
Na sequência, a empresa prioriza qual deve ser mitigado primeiro. Nesse caso, a escolha pode ter sido gerenciar a equipe para que, depois, ela ajudasse a resolver o risco financeiro. Dessa forma, decidiu-se pela escolha de alguns aplicativos de comunicação online para gerenciamento remoto da equipe e, logo depois, em conjunto, definiram-se as medidas para evitar a perda de receitas.
E é dessa forma que o gerenciamento de riscos é colocado em prática. Um sistema de manutenção preventiva é uma outra forma inteligente de se preparar para os eventuais problemas.
Considerações finais
A partir da leitura deste artigo, esperamos que você tenha compreendido o que é gerenciamento de riscos e como colocar essa metodologia em prática na sua empresa. Vivemos em um mundo muito dinâmico e que está mudando constantemente. As empresas que não se adaptarem, que não forem flexíveis e que não tomarem medidas preventivas correm um grande risco de deixar de existir.
A Rabbot é uma empresa especializada na gestão de frotas automatizadas com um grande foco nas tecnologias aplicadas. A nossa metodologia leva em conta o gerenciamento de riscos para propor as melhores soluções para cada empresa individualmente.
Como empresa, é preciso entender que os riscos existem e sempre existirão. Mas eles não precisam se transformar em consequências negativas para o seu negócio. Se você se interessa por automação de processos e outras formas de tornar a sua organização ainda mais eficiente, não hesite em nos procurar! Nossa tecnologia garante a digitalização e organização do inventário de sua frota e reduz consideravelmente riscos de fraudes em manutenções, gestão de pneus e tratativas com sua frotas e ativo.
Quer saber como colocar o gerenciamento de risco em prática? Então continue buscando conhecimento e qualifique a sua equipe para que ela possa implementar políticas da gestão de risco em todas as áreas da empresa e se proteger das incertezas do mercado.