Você sabe o que é frete de retorno? Já ouviu falar? Apesar de não estar muito no vocabulário de quem não atua com logística ou transporte, o frete de retorno é uma necessidade cada vez mais presente, e por isso hoje vamos falar sobre ele.

Quando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estabeleceu uma tabela de preços mínimos a ser seguida no transporte rodoviário, ela também definiu que o serviço de transporte de carga deveria incluir os custos da volta.

Por exemplo, se alguém contratasse apenas o serviço de uma transportadora para levar produtos de um estado para outro, esse alguém deveria arcar também com os custos da volta – basicamente, isso é o frete de retorno.

Apesar de fazer sentido para o transportador, muitas vezes essa exigência torna o serviço oneroso demais para quem contrata. Assim, a operação se torna inviável. Ruim para quem precisa despachar sua produção, ruim para quem trabalha com isso.

Como forma de minimizar esse impacto e até mesmo auferir maiores lucros, as empresas de transporte cada vez mais buscam opções de frete de retorno.

A prática quase sempre existiu – em especial para caminhoneiros autônomos -, mas tornou-se essencial nos últimos anos. Isso se deve aos aumentos sucessivos nos combustíveis, pedágios, necessidade de manutenção dos veículos e ambiente de crise econômica.

Neste artigo, vamos explicar como funciona o frete de retorno e como aplicá-lo na prática.

O que é frete de retorno?

Respondendo de forma rápida: frete de retorno é quando se aproveita o trajeto da volta para se transportar uma nova carga. Assim, evita-se que o caminhão ou outro veículo que fez um frete de carga retorne vazio.

Como todos sabem, o Brasil é um país enorme, com foco em transporte por terra e com uma malha rodoviária desigual. Da mesma forma, há diferenças significativas entre as diferentes regiões – algumas são mais industrializadas, outras mais agrícolas. Por causa disso, as necessidades de transporte se diferem.

É muito comum caminhões saírem carregados de um estado, percorrerem centenas ou mesmo milhares de quilômetros, mas depois fazerem frete de retorno vazio. E sempre que um veículo de carga retorna vazio para sua base, significa que a rentabilidade ficou muito aquém do que poderia ser – isso quando não gera prejuízo.

Ainda que se possa incluir no preço do transporte de uma carga o frete de volta, isso torna a negociação menos atrativa para as duas pontas. Para a transportadora, porque a margem de lucro diminui. Para o contratante, porque se torna mais caro do que poderia ser.

Dessa forma, o frete de retorno surge como uma ótima oportunidade de negócio e que se deve explorar.

Como investir em frete de retorno?

Agora que você já sabe o que é frete de retorno, vamos abordar pontos importantes para se investir nessa estratégia.

Como mostraremos, a melhor maneira de se conseguir é ter muito planejamento logístico, conhecimento de diferentes mercados, estar aberto a parcerias e, cada vez mais, explorar as possibilidades de automatização dos processos, com sistemas de gestão de frete.

Tenha um bom planejamento logístico

Se a ideia é ter um frete de volta com o veículo igualmente carregado, ter um bom planejamento logístico é fundamental. Isso inclui avaliar eventuais percalços na viagem de ida – como a chance de algum atraso – e conhecer diferentes possibilidades de rotas de retorno.

Imagine, por exemplo, um caminhão que sai carregado do Rio Grande do Sul com destino à Bahia. Um frete de retorno vazio nesse caso seria bastante ruim para as finanças, e por isso é essencial que se consiga fazer o transporte de carga também no retorno. Isso não quer dizer, contudo, que o caminhão deva retornar do nordeste diretamente para o sul pela mesma rota ou com uma única carga.

Nesse caso, pode-se ter como alternativa o transporte de cargas entre alguns dos estados que separam as duas regiões. Às vezes, pode-se até mesmo conseguir vários fretes na volta. A lógica é a mesma de um motorista de aplicativo que opta por aceitar viagens longas sabendo que terá demanda também no seu retorno.

Conheça o mercado brasileiro

A base da sua empresa pode estar em uma determinada região, mas se você quiser ter a chance de conseguir frete de carga também na volta, não vai ter jeito: você precisa conhecer as diferentes possibilidades de negócio que separam a origem e o destino.

Os produtos que sua empresa têm por hábito transportar não precisam ser necessariamente sempre os mesmos. Você pode, por exemplo, transportar uma carga de produtos eletrônicos para algum estado da região centro-oeste na ida, e retornar à sua base no sudeste carregado com insumos para a indústria.

Além disso, em vez de simplesmente ter um frete de retorno vazio, às vezes é possível negociar com diferentes empresas para carregar na volta cargas diversas, mas em menor quantidade. Seria como lotear espaços na carroceria para permitir que diferentes produtos sejam transportados. Isso torna o serviço mais barato para quem precisa de transporte, e mais rentável para você.

Em suma, todo mundo sai ganhando.

Esteja aberto a parcerias

Isso tem tudo a ver com o que acabamos de citar. Se você conhecer bem o mercado e as possibilidades de negócio que ele oferece, você tem maiores chances de fechar parcerias.

As parcerias são importantes meios de se conseguir frete de retorno, porque a viagem de volta em geral é negociada em um período de tempo menor. Afinal, antes é preciso assegurar o frete original. Assim, se você já tiver uma rede de parceiros em sua base de contatos, as possibilidades aumentam.

Além disso, caso sua empresa tenha o hábito de fazer fretes para os mesmos destinos com frequência, aumenta a chance de você alinhavar acordos com empresas que negociem diretamente com fornecedores desses locais.

Automatize processos e use a tecnologia a seu favor

Os serviços como o que a Rabbot oferece aos seus clientes têm tudo a ver com gestão de transportes e são um ótimo aliado para quem busca frete de retorno.

Isso porque, ao automatizar a gestão da frota e permitir o acompanhamento em tempo real da do deslocamento de cada veículo, sua empresa tem total controle sobre prazos e capacidade logística.

Além de minimizar o risco de contratempos, isso abre a possibilidade de se fechar novos acordos de retorno mesmo com alguma operação já em andamento.

Tipos de frete de retorno

Se você possui uma empresa de logística ou transporte de cargas, é possível que conheça todas as possibilidades de frete mais comuns. Muitas vezes, contudo, muitos gestores optam por trabalhar apenas com um modelo de negócio.

A seguir, vamos apresentar quatro tradicionais modalidades de transporte de cargas e mostrar como o frete de retorno é uma possibilidade real quando se diversificam as opções de negócio.

Carga fechada

Este é, provavelmente, o modelo mais empregado por empresas de transporte de carga. Nele, você contrata a operação de um veículo para fazer o transporte de uma única carga para determinado destino.

A carga fechada tem como vantagens o fato de se ter noção exata do que se leva, do tempo necessário para isso e uma menor burocracia.

Um eventual empecilho nesse caso reside justamente na dificuldade em se conseguir um bom frete de retorno. Isso porque, no geral, a empresa que contrata a ida não precisa dos serviços para a volta.

E aí há três opções: encontrar um novo cliente que necessite uma viagem para algum lugar próximo à sua base; diminuir a margem de lucro no negócio original; ou viajar sem ter a garantia de que haverá um novo frete na volta, o que pode resultar em prejuízos.

No melhor dos mundos, quando a contratação do serviço acontece com alguma antecedência, é possível negociar com outras empresas para que não haja um frete de retorno vazio. Caso se consiga um novo serviço de carga fechada, toda a operação tende a ser lucrativa e num curto espaço de tempo.

Carga fracionada

Como o nome sugere, no modelo de carga fracionada o caminhão é carregado com diferentes tipos de cargas e de diferentes empresas. A ideia aqui é simples: ao abrir esse flanco, você permite que negócios menores – e com menor capacidade de investimento – contrate os seus serviços

Esse modelo é especialmente interessante para se conseguir bons fretes de retorno. Pode-se, por exemplo, fazer uma viagem com carga fechada e o retorno à base com o sistema fracionado, eventulamente parando em diferentes destinos pelo caminho.

Uma outra vantagem é que, caso se consiga encher o veículo com diferentes frações, é possível auferir lucro muitas vezes até maior do que aquele que se conseguiu na carga original.

A desvantagem desse modelo está no esforço para se conseguir fretes de retorno em boa quantidade. Afinal, se já não é uma tarefa tão simples conseguir clientes para uma uma única grande carga, imagine conseguir vários e num ponto distante de sua base.
Mas, mais uma vez, ter uma grande rede de parceiros e automação de processos pode ajudar.

Carga dedicada

O transporte dedicado de cargas é bem semelhante ao de carga fechada. Nesse caso, transporta-se o produto de uma única empresa, em geral para um único destino final.

Ele costuma ser escolhido quando se trata de produto frágil ou perecível, que demanda maior cuidado ou que precise ter toda a operação feita num espaço mais restrito de tempo.

Para o transportador, uma vantagem pode estar no preço do frete, às vezes maior do que o de uma operação logística normal.

O problema está justamente no frete de retorno. Afinal, conseguir retornar à base com carga dedicada será mais difícil. Além disso, muitas vezes os veículos que se emprega para esse tipo transporte são modelos melhor equipados e que, como tal, demandam custos mais elevados – que deveriam ser repassados para o cliente.

Carga urgente

Como o nome já diz, esse é o tipo de frete contratado de última hora ou com prazo de realização apertado. Por causa disso, demanda veículos mais rápidos e uma estrutura logística sem falhas.

Por se tratar de uma demanda urgente, o frete geralmente é mais caro que o normal. Pode-se inclusive fazer uma analogia com o serviço postal; o envio de uma encomenda normal é bem mais em conta do que o de um Sedex.

O fato de ser um serviço que rende valores mais elevados, muitas companhias de transporte se dedicam a esse tipo de serviço – e inclusive diversificam sua frota pensando nisso.

O problema, mais uma vez, está no frete do retorno. Serviços contratados de última hora dificultam a negociação de serviço de frete para a volta. Mais uma vez, possuir uma grande rede de contatos é fundamental.

Considerações finais

Como vimos, a exigência legal implantada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para que o contratante de um serviço de carga pague tanto a ida quanto a volta onerou muito o serviço. Assim, o desejo de resguardar o transportador acabou tendo como consequência indesejável a queda na procura pelos serviços.

Para reverter isso, e até mesmo buscar maiores lucros, muitas empresas investem cada vez mais na busca de uma alternativa antiga: a busca por clientes que necessitem transportar cargas para destinos próximos ao de suas bases. É o que se convencionou chamar de frete de retorno.
A alternativa é promissora e tem muito espaço para prosperar, mas para isso o transportador precisa estar atendo. Investir em sistemas

automatizados, ter uma grande rede de contatos, conhecer o mercado de transportes e estar aberto a opções e parcerias são bons caminhos a se seguir.

Nesse sentido, os serviços de gestão de frota que a Rabbot oferece caem como uma luva. Ter controle total sobre a frota, poder acompanhar em tempo real sua operação e ter toda a base de dados a poucos cliques de distância tornam o serviço de transporte mais eficiente – assim como o retorno às suas bases.

Agora você já sabe o que é frete de retorno e como ele pode fazer uma enorme diferença nos seus resultados financeiros. Foque em investir nas melhores práticas que o retorno virá também nas suas receitas.

 

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