Por influência desse momento sem precedentes, muitas mudanças ocorreram e ainda estão acontecendo em diversos setores da sociedade. Por conta disso, o transporte de cargas no Brasil sofreu algumas alterações a fim de garantir uma boa adaptação. Dessa forma, uma série de reações foram sentidas como resultado dessas ações.
E o que será após o período da pandemia? Algumas dessas alterações se manterão, algumas não, e, ainda assim, haverá diversas adaptações e melhorias. O que esperar do futuro? Esse artigo foi elaborado para facilitar essa compreensão. Boa leitura!
A pandemia e a economia
Desde que se iniciou a pandemia da Covid-19, uma série de impactos econômicos foram sentidos em diversos setores da sociedade. Desse modo, tanto as pessoas, como as empresas, tiveram de se adaptar a esse novo modo de viver e interagir.
Evidentemente, os impactos e reações dessas mudanças súbitas causaram uma série de efeitos, alguns positivos e, outros, nem tanto. Porém, no caso do setor de transportes, não foi possível estabelecer a paralisação das atividades.
Isso porque o transporte é um setor vital para que a sociedade seja mantida. Ou seja, sem transportes não há alimentos, comércios, remédios, entre outros. Somente com a continuidade das atividades, os outros setores essenciais poderiam trabalhar.
Em contrapartida, as atividades não essenciais foram paralisadas a fim de controlar o contágio e disseminação do novo coronavírus. O setor de transportes oferece um alto potencial de transmissão, mas por ser um dos mais essenciais, teve de ser mantido.
Entretanto, algumas mudanças ocorreram visando diminuir esse risco, já que as atividades não poderiam parar. Entre essas alterações, algumas certamente permanecerão, mesmo após o fim da pandemia e do isolamento.
Isso porque muitas melhorias foram desenvolvidas no processo de transportes no Brasil. Dessa forma, as alterações positivas permanecerão a fim de garantir evolução e adaptação, inclusive, já demonstrando preparo caso ocorra outro evento similar ao vírus atual.
Os transportes na pandemia
Conforme foi possível perceber, algumas alterações foram realizadas no setor de transportes no Brasil, visto o risco de contágio e a imposição das autoridades competentes. Desse modo, foram também realizadas muitas melhorias gerais no processo.
Isso se deve ao fato de que, antes da pandemia, já havia determinados gargalos que prejudicavam o bom andamento dos transportes. Assim sendo, é possível perceber um ponto positivo em meio aos transtornos gerados, isso por decorrência da Covid-19.
Em suma, a pandemia acelerou e consolidou algumas tendências que já vinham sendo planejadas e analisadas nos últimos anos. Evidentemente, no pós-pandemia, o mundo já não será mais o mesmo e uma série de transformações serão efetivas em diversos setores.
O mesmo se dará com o setor de transportes, aumentando, assim, a resiliência e eficiência dos processos. Dessa forma, não só o Brasil, mas a grande maioria dos países, implementou alterações que favorecem o bom andamento dos serviços.
A seguir, serão descritos quais os principais efeitos estabelecidos e suas causas, visando facilitar o entendimento dessa nova fase em que vivemos. Além disso, serão vistas as perspectivas para o futuro próximo, a fim de apontar as possibilidades vindouras.
O uso de ferramentas digitais
Com o isolamento determinado pelas autoridades e uma série de novos cuidados seguidos pela sociedade, opções alternativas foram adotadas. Ou seja, com a proibição do funcionamento de diversos estabelecimentos, bem como a redução de outros, muita coisa mudou.
Só para exemplificar, surgiram e aumentaram as formas digitais de consumo em diferentes tipos de comércios. Desse modo, diversos comerciantes e donos de empresas precisaram ampliar, ou até mesmo criar, plataformas de atendimento online.
Sites e aplicativos foram empregados e melhorados, a fim de garantir esse alcance ao cliente isolado. Entretanto, as mercadorias e pedidos tiveram de ser entregues em domicílio, conforme as solicitações de compras feitas virtualmente.
Segundo a SBVC (Sociendade Brasileira de Varejo e Consumo), o aumento das compras online foi tão significativo que, de todos os compradores virtuais, 8% deles realizaram a primeira compra por e-commerce no período da quarentena, e por razão dela.
Da mesma forma, 70% dessas pessoas pretendem aumentar, mesmo no pós-pandemia, as compras através de meios online. Isso significa que, mesmo depois do período de isolamento, o mundo não será mais o mesmo e algumas mudanças serão efetivas.
A queda da demanda para transportes entre pessoas jurídicas (B2B) foi suprida, com grande aumento, pela demanda de pessoas jurídicas para pessoas físicas (B2C). Ainda assim, esse aumento teve seu ápice no mês de abril, onde as restrições foram impostas com maiores proporções.
Essas alterações se deram por decorrência da proibição do funcionamento de diversas lojas físicas. Dessa forma, as chamadas atividades não essenciais tiveram de, obrigatoriamente, serem pausadas, além de que, até mesmo as atividades essenciais, tiveram uma série de restrições.
As principais áreas afetadas
Conforme mencionado, mudanças ocorreram na compra e transportes no Brasil, diminuindo a demanda por transportes B2B (business to business) e aumentando para B2C (business to consumer).
As compras online tiveram um aumento significativo nos itens de necessidades básicas e, posteriormente, dos itens necessários para adaptação à nova rotina. Dessa forma, uma série de efeitos foram sentidos no setor de transportes de cargas.
Como os transportes tiveram de se adequar ao aumento da demanda B2C, as transportadoras tiveram de transformar suas formas de trabalho. Por conta disso, foram contratados mais entregadores e também foram alterados os prazos de entrega.
Por isso, os consumidores finais puderam perceber diferenças nos prazos de entrega. Cerca de 61% dos clientes se manifestaram de forma positiva, dizendo que o tempo de entrega foi encurtado e que os serviços se tornaram mais ágeis.
Ainda assim, outro fator se tornou muito requisitado pelos clientes que, além de desejarem um bom preço e qualidade dos produtos, também passaram a observar os prazos de entrega. Isso fez com que as tecnologias de rastreamento de cargas em tempo real tivessem maior busca.
Como resultado disso, as empresas de logística também tiveram de se adaptar, adquirindo e empregando o uso de veículos de menor porte a fim de atender com maior facilidade as demandas dos consumidores finais.
Em suma, o número de compras online já baixou, se comparado com o início da pandemia. Isso se deve ao fato de muitos estabelecimentos comerciais já estarem funcionando, apesar de terem algumas restrições.
No entanto, é esperado que o número de compras via e-commerce seja superior ao período pré-pandemia. Assim sendo, espera-se uma alteração na matriz de transportes no Brasil, já que essa demanda B2C se manterá superior ao que era antes do vírus.
Alterações nos processos
Bem como os ativos tiveram de ser alterados e adaptados às novas necessidades, algumas mudanças físicas nos estabelecimentos e empresas também se fazem necessárias. Dessa forma, busca-se uma melhor adaptação às novas exigências da matriz de transportes no Brasil.
A Covid-19 tem ensinado novas formas de atuação às transportadoras brasileiras e isso será mantido mesmo pós-pandemia, visando melhorar os processos. Por conta disso, os conceitos de omniconsumidor e omnicanal vêm à tona.
Esses conceitos visam unificar a forma de consumo, independente do meio utilizado ou do canal. Desse modo, o cliente executa a sua compra da mesma forma, independente do meio, sempre garantindo interação e cobertura.
Assim sendo, em nada altera se a compra é feita via loja física, aplicativo ou site. Caso um cliente adquira um produto por meio online e deseje trocá-lo, basta levá-lo a uma loja física e todos os processos de logística serão executados normalmente.
Esse conceito de logística reversa terá de ser adaptado e melhor conduzido pelas empresas de transportes e varejo, garantindo uma melhor experiência para o cliente. Em outras palavras, essa é uma alteração inevitável na matriz de transportes no Brasil.
O desenvolvimento do e-commerce, mesmo pós-pandemia, torna necessárias e efetivas algumas alterações, até mesmo em meios físicos. Por exemplo, podem ser citadas a criação de novas vagas de carga e descarga, bem como instalação de armários em condomínios, para armazenar produtos.
Visibilidade da cadeia de suprimentos
Como um todo, as tendências para transportadoras tiveram de ser alteradas e um bom exemplo disso é a visibilidade da cadeia de suprimentos. Dessa forma, torna-se possível vislumbrar exatamente em que fase se encontra um determinado produto.
A nível global, a pandemia trouxe à tona a necessidade de uma cadeia de suprimentos mais ágil e eficiente. Por isso, a inclusão de procedimentos digitalizados é indispensável, já que isso possibilita o rastreamento preciso em tempo real, com informações fidedignas e protegidas.
Da mesma forma, a transação entre as empresas e as documentações utilizadas para realizar os processos ainda são feitas fisicamente. Isso torna os processos mais lentos e, para melhorar toda a cadeia de suprimentos, é necessário digitalizar esse processo.
Além disso, a inclusão do blockchain no processo também oferece maior visibilidade e integração em todas as fases processuais. Com essa tecnologia de registro e armazenamento de dados, é possível garantir descentralização e transparência na transmissão de dados.
Ainda assim, o blockchain garante privacidade e segurança, através de diferentes tipos de permissões. Isso se dá, principalmente, no transporte marítimo internacional, devido aos seus diferentes processos e troca de informações a nível mundial.
Em outras palavras, as empresas que já haviam investido em digitalização de processos logísticos anteriormente à pandemia já estão um passo à frente. Entretanto, as empresas que não tiveram essa atitude se viram na necessidade de correr atrás disso.
Dessa maneira, as tendências para transportadoras a nível nacional também exigem essas atualizações, como o emprego de novas tecnologias de digitalização e automação dos processos relacionados ao transporte de cargas.
Mobilidade urbana
Da mesma forma que as empresas de logística precisam se adequar aos novos processos tecnológicos capazes de criar uma rede interconectada, a mobilidade urbana também sofreu alterações, exigindo adaptações por parte das transportadoras.
As novas tendências para transportadoras incluem, além de novas tecnologias de digitalização e automação, a adaptação às novas exigências da demanda B2C. Conforme comentado anteriormente, no pós-pandemia, essa demanda será superior ao que era antes.
Além disso, a quarentena trouxe a redução dos deslocamentos urbanos, o que gerou, inevitavelmente, um aumento na demanda de transportes direto ao consumidor final. Esse fator foi reação principal do fechamento dos comércios.
A utilização de meios de transporte reduzidos, como a inclusão de motocicletas e bicicletas, foi um fator de grande aumento, em decorrência da redução do uso de transporte público. Por conta disso, a necessidade dos governos garantirem espaços para ciclovias veio à tona.
Evidentemente, isso impacta todos os outros setores de transportes, inclusive as empresas de logística. Assim sendo, as cidades não possuem estrutura para estas alterações e isso acaba gerando transtorno nas ruas.
As ciclovias emergenciais empregadas em algumas cidades acabaram impactando o trânsito de automóveis. Em outras palavras, se antes o acesso a determinados locais já era difícil, com veículos e grande porte, atualmente, se tornou mais difícil ainda.
Isso prova que as adaptações são extremamente necessárias e que as tendências para transportadoras exigem uma nova visão e planejamento. Ou seja, uma série de mudanças, tanto benéficas, quanto negativas, acabaram por serem impostas.
Considerações finais
Conforme foi possível observar ao longo do artigo, ocorreram alterações impostas pelas circunstâncias, alterações que estavam sendo adiadas e algumas que transformarão totalmente o sistema de trabalho das empresas de logística no Brasil e no mundo todo.
Por conta disso, é importante que as empresas estejam atentas, procurando a melhor forma de se adaptar, a fim de garantir a melhor experiência para os seus clientes. Algumas mudanças que estavam sendo adiadas, agora, trazem a necessidade para suas implementações.
Entre essas, podemos citar a inclusão de ferramentas de digitalização e automação de processos, desenvolvimento de aplicativos e sites para informar os clientes, bem como a adaptação dos ativos, conforme a necessidade de cada empresa.
Dessa forma, torna-se uma tarefa mais facilmente conduzida a adaptação e melhorias para o período pós-pandemia, que certamente transformará o mundo. As empresas deverão analisar exatamente em qual segmento atuam, a fim de empregar as mudanças específicas.
Assim sendo, o transporte de cargas no Brasil terá uma nova fase, onde a qualidade dos serviços prestados estará em voga, juntamente à facilidade e agilidade de informações. A melhor experiência para o cliente será o fator decisivo, garantindo o êxito nessa nova era de possibilidades.