Entender o que é Lean Supply Chain (ou “cadeia de suprimentos enxuta”, em tradução livre) é importante pois, com toda a certeza, nenhuma operação produtiva subsiste isoladamente. Por consequência, todas as empresas integram redes maiores, interconectadas com outras organizações.
Desde que os negócios de sucesso dependem, em grande medida, da realização de esforços consideráveis, colocam em prática muitos exemplos de Lean Supply Chain. Só que o pioneirismo nas Lean Supply Chains deve ser creditado às organizações japonesas.
Em seguida, elas conquistaram diferenciais competitivos importantes – o que se deve à nova abordagem que integra os clientes aos fornecedores em uma cadeia de suprimentos.
Em contrapartida, a Lean Supply Chain pode ser compreendida como uma forma de especificar valores, alinhando eficientemente a melhor sequência de ações possível para sua criação, realizando-as de modo cada vez mais eficiente.
Antecedentes históricos das “Lean Supply Chains”
Enquanto o Japão, depois da Segunda Guerra Mundial, enfrentava um cenário de completa destruição, as suas indústrias apresentavam baixos níveis de produtividade e uma preocupante falta de recursos.
Na tentativa de reerguer esses níveis, os japoneses notaram que os conceitos de produção em massa – de Henry Ford – poderiam ser perigosos. Assim também, começaram a estudar a metodologia americana de produção, adaptando-a à realidade de sua nação.
O engenheiro mecânico Taiichi Ohno passou a observar os métodos de funcionamento existentes nos supermercados dos Estados Unidos. De fato, percebeu que as mercadorias eram retiradas apenas quando os clientes necessitavam e esses mesmos produtos eram repostos somente quando eram consumidos. Desse modo, conclui que o sistema permitia a produção exata de quantidades necessárias.
Na Toyota, junto ao inventor Toyoda Sakichi e ao empreendedor Toyoda Kiichiro, começou a incorporar as ideias de Ford a outras técnicas, compondo uma nova abordagem produtiva: o sistema Toyota.
Não apenas superando seus modelos de inspiração, o sistema visava elevar a eficácia produtiva por meio da contínua eliminação de desperdícios. Em outras palavras, o novo sistema obteve grande repercussão, devido aos evidentes ganhos de qualidade e de produtividade.
Conceituação da Lean Supply Chain
Igualmente, o início das Lean Supply Chains ocorre quando uma empresa que detém grande conhecimento se convence de que é possível obter maiores ganhos a partir de melhorias em sua própria cadeia de suprimentos, em detrimento das buscas exclusivamente internas.
Partindo dos exemplos de Lean Supply Clean disponíveis, a empresa expande os conceitos “enxutos”, abrangendo os elos de relacionamento tanto quanto possível. Tal é o princípio geral a reger a criação desse modelo: transferência gradual das práticas e conhecimentos enxutos aos demais elos (clientes e fornecedores).
A propósito, o objetivo consiste em definir precisamente o valor aos clientes, coibindo que as firmas façam isso de modo separado. Ainda mais importante: é imprescindível uma conferência com todas as firmas ao longo da supply chain, assistida adequadamente pela função enxuta.
No momento em que é aplicada, a cadeia de suprimentos enxuta transcende os limites previamente definidos pelos fluxos de informações e correspondentes fluxos de bens.
Como a intenção é simplificar os relacionamentos estabelecidos entre os diferentes elos da cadeia, a identificação dos elementos capazes de agregar valor tende a minimizar custos, graças à eliminação e/ou redução de desperdícios e, ainda, à maximização dos valores agregados aos clientes.
Por exemplo, não há como evitar que uma supply chain apresente inúmeros desperdícios ou perdas, devido à sua grande abrangência. Então, esses fatores implicam em maiores custos totais e níveis inferiores de serviços.
Antes que essas condições deletérias se cristalizem, os exemplos de Lean Supply Chain demonstram a possibilidade de simplificar processos, eliminar e/ou reduzir desperdícios e identificar com precisão os elementos agregadores de valor.
Clean Sheet Supply Chain
A “Clean Sheet Supply Chain” (ou “folha em branco da cadeia de suprimentos”, em tradução livre) integra uma técnica de aquisição avançada, principalmente empregada na obtenção de materiais diretos.
Em virtude disso, a abordagem envolve modelar as matérias-primas e os custos de aquisição de um produto, permitindo um melhor entendimento da composição das despesas gerais, do lucro e da eficiência dos fornecedores. Tradicionalmente, a Clean Sheet Supply Chain viabiliza negociações para produtos especializados, com altos custos e alternativas limitadas de fornecedores.
Em síntese, o método deve ser considerado uma prática avançada, principalmente, devido às complexidades da modelagem estatística junto a bancos de dados que demonstram os custos dos materiais e a conversão necessária para elaborar projeções precisas.
A margem de erro, via de regra, é alta, levando várias organizações a utilizar a Clean Sheet como mecanismo preferencial para conseguir preços competitivos de mercado. Apesar desses desafios, a maioria das grandes organizações reconhece que se trata de uma prática altamente recomendável.
Desenvolvimento de Lean Supply Chains
Por fim, a natureza dos relacionamentos entre as empresas que formam a cadeia de suprimentos pode elevar a sua competitividade como um todo. Ainda que, atualmente, ocorra uma reconfiguração nos ambientes competitivos, o seu acirramento se intensificou entre cadeias inteiras – não mais entre negócios isolados.
Principalmente, a adoção de um mindset enxuto para uma supply chain, conforme mencionado, representa uma tarefa complexa. Com o intuito de efetivá-lo, certos princípios fundamentais devem ser levados em conta.
Estes podem capacitar as empresas da cadeia a realizarem todo o potencial das técnicas lean, criando valor duradouro e real para suas cadeias de suprimentos.
Por causa disso, os profissionais envolvidos estarão prontos para levar suas empresas a prover os valores desejados pelos clientes, de forma eficaz, sem perdas de esforço ou tempo, edificando negócios mais lucrativos e competitivos.
Planejamento
Visto que o primeiro passo para a constituição de uma Lean Supply Chain requer que a empresa tenha práticas e conhecimentos suficientes, para atingir maiores resultados, ela deve transferir esses conhecimentos para a sua própria cadeia de suprimentos.
Semelhantemente, na fase de planejamento, a política para a cadeia enxuta é elaborada, especificando, necessariamente, o valor (de serviços e/ou produtos) sob a perspectiva dos clientes.
Seja como for, os valores devem ser definidos a partir da visão daquilo que os clientes consideram “valioso”. Essa tarefa, evidentemente, não é simples, pois, o conceito de valor poderá ser associado aos preços ou aos custos dos serviços ou produtos e, ainda, à relação entre preço, utilidade e benefícios.
Ou por outra, o conceito de valor deve ser, em suma, compreendido como algo atribuído pelos clientes aos serviços ou produtos. Certamente, é aquilo que os clientes julgam estarem dispostos a pagar pelo serviço e pelo produto. Com efeito, isso fortalece a ideia de que não são as ações realizadas pela organização que determinam o valor.
Qualquer empresa que não incorpore esse componente em seu planejamento terá maiores dificuldades em ser bem-sucedida ao implementar uma cadeia de suprimentos enxuta.
Fluxo de valor
Bem como os itens cruciais para o sucesso do planejamento, é indispensável realizar o mapeamento da cadeia de valor. Nesse estágio, a maior preocupação reside em entender os detalhes relativos ao suprimento da cadeia, visando a identificação das ineficiências, das oportunidades para promover melhorias e dos desperdícios existentes.
Decerto, cadeia de valor é o conceito utilizado para abarcar todas as ações efetuadas para conduzir produtos pelos fluxos principais (marketing, vendas, distribuição, manufatura, suprimento, desenvolvimento da mercadoria, entre outros) até o momento de entregar aos clientes.
Contudo, o propósito dessa etapa é a definição de um grupo dos fornecedores mais apropriados a dar início ao processo de disseminação de conceitos lean. Isto é, a segmentação de fornecedores é crucial para que a sua equipe entenda a dinâmica da Lean Supply Chain, a fim de priorizar as organizações que entrarão no processo de implantação dos métodos enxutos.
Em resumo, a consolidação de relacionamentos mais estreitos com os fornecedores passa a ser imprescindível, para garantir a entrega de produtos nos prazos, quantidades e qualidades corretas.
Execução
Como resultado, a fase de execução implica na realização prática dos métodos enxutos. Com o propósito de concretizar os chamados “sistemas puxados na produção”, a empresa produzirá, somente, o que os próximos clientes demandarem, nas quantidades desejadas (não menos, não mais) e ainda no tempo desejado (nem antes e nem depois).
Isto é, os processos iniciais não devem produzir bens ou serviços sem que os clientes de um determinado processo posterior façam uma solicitação. Alguns aspectos fundamentam os sistemas puxados, tais como as produções baseadas:
- no nível atual de consumo;
- na produção de lotes pequenos para não sobrecarregar os estoques;
- na otimização das comunicações;
- no gerenciamento visual.
De maneira idêntica, esses elementos contribuem para a soluções de problemas como a necessidade de oferecer promoções e descontos de produtos “encalhados”, descartes ou retrabalhos devido a alterações de projetos, estoque repleto de produtos obsoletos, dentre outros.
Na Lean Supply Chain, os recursos são alocados – exclusivamente – para produtos que serão efetivamente demandados, de modo que nenhum estoque será formado junto à cadeia de valor. Conforme o tempo passa, há melhoras significativas no fluxo de caixa e na regulação dos fluxos de valor, segundo as requisições dos clientes.
Agora que você entende melhor o que é Lean Supply Chain, tenha em mente que sempre poderá especificar os valores com mais precisão, eliminando desperdícios no fluxo, suprimindo obstáculos que o interrompam e fazendo com que os clientes puxem a produção da sua empresa. Acesse o site da Rabbot e conheça nossas soluções de gestão de frotas e ativos!
